Friday, June 21, 2013

o despertar

o momento de despertar é incrível. de repente, tudo de insignificante perde a força. as publicidades coloridas, nas ruas e tevês, agora, nada mais me dizem, parecem estranhas peças de museu, relatos de um tempo ao qual não pertenço. o sorriso do famoso garoto propaganda, na porta da agência bancária, é desprovido de qualquer significado, a mensagem não consegue alcançar meus receptores. nos jornais, notícias da vida das celebridades são espaços vazios que não atraem meus sentidos. o comentário do famoso jornalista da tevê tem o mesmo valor do comentário do porteiro, ambos são somente pessoas opinando, assim sou eu, assim somos nós. minha consciência parece ter dado um pulo milenar, e a sombra do sistema que pairava sobre meus olhos, agora, não passa de purpurina desfazendo-se na brisa de um novo tempo.


amigos, nada mais será como antes. o despertar desses dias não se restringe ao desmandos de nossos políticos. o sistema está desmoronando. o fim de uma era, anunciado no calendário maia, está concretizado. nasce um novo milênio, um novo tempo, um despertar coletivo.

Wednesday, June 12, 2013

falando das manifestações em São Paulo

é evidente que sou contra a depredação do espaço público, de ônibus e de agências bancárias. todos nós somos. se as manifestações continuarem do jeito que estão, haverá feridos e, talvez, até mortos, o que precisa ser evitado a todo custo. tanto a polícia como os manifestantes devem conter os ânimos e buscar minimizar os prejuízos.

dito isso, é fato ser quase impossível conter a revolta de uma multidão. assim, o bom senso deve partir dos governantes e comandantes da polícia. o Governador de São Paulo deve parar de acusar os manifestantes de vândalos, ter humildade e perceber que a população está descontente.

ninguém ali está protestando, realmente, contra o aumento da passagem de ônibus. o aumento das tarifas é somente o estopim da revolta. a população sentiu o custo de vida subir, gradativamente, nos últimos anos, sem que os salários acompanhassem a alta dos preços. anualmente, vereadores, juízes e outros funcionários públicos do alto escalão aumentam seus salários e se concedem novos benefício, enquanto a população recebe aumentos irrisórios.
ao mesmo tempo, há sucessivos escândalos de corrupção, sem que os culpados sejam responsabilizados. alguma hora, é óbvio, a corda da tolerância se estica e arrebenta, resultando no que estamos vendo: pessoas dispostas a enfrentar a força policial por uma diferença de 20 centavos na passagem de ônibus.

o que os governantes, vereadores e altos funcionários públicos podem fazer para conter os ânimos? descer do pedestal. cortar benefícios luxuosos como carrões com motoristas, passagens áreas, auxílio moradia e, principalmente, salários de marajás. não podemos viver num país onde, por exemplo, o vereador ganha 10, 15, 20 vezes a mais do que um professor, um policial ou um bombeiro. tenho um imenso respeito pela classe de vereadores e sei que fazem um trabalho árduo, mas os professores também o fazem. o que é mais importante  para a sociedade? um vereador ou um professor? no mínimo, têm importância igual, assim, devem receber salários iguais.


o Brasil precisa encontrar uma maneira de trazer igualdade para a sociedade. as discrepâncias salarias precisam terminar, principalmente, dentro do aparato público. a qualidade dos serviços públicos carece de eficiência. corruptos precisam ser retirados da carreira pública e punidos. é o único caminho. na história da humanidade, não há exemplo de uma sociedade tolerando, para sempre, os desmandos e abusos de seus governantes. que a revolução francesa, outra vez, sirva de aviso.